quinta-feira, 17 de maio de 2012

18 de maio - dia de Frei Félix de Cantalício - o santo da humildade

São Félix de Cantalício - religioso

O Santo das ruas de Roma, assim foi chamado São Félix de Cantalício, capuchinho. Nascido no minúsculo centro agrícola de Cantalício (Rieti) em 1515, Félix Porro, de Santo e Santa. Entrou para os capuchinhos nos fins de 1543 e início de 1544 e, completo o ano de noviciado no convento de Antícoli (hoje Foggia), a 18 de maio de 1545 emitiu a profissão dos votos religiosos no conventinho de Monte São João, onde ainda hoje se conserva o seu testamento escrito a 12 de abril de 1545. Ele pertence à primeira geração dos Capuchinhos. Félix se fez frade logo depois da saída de Bernardino Ochino (maio de 1542), quando os pobres capuchinhos foram incriminados publicamente como hereges, e tudo fazia crer que seriam supressos. Convidado por um seu primo agostiniano a segui-lo passando para a sua ordem, Frei Félix respondeu que, se não pudesse continuar sendo frade capuchinho, preferiria permanecer no mundo. Não obstante as perseguições e calúnias a Reforma Capuchinha era altamente estimada.

Frei Félix era admirado por todos, inclusive cardeais e papas. Certa vez, em Trindade dos Montes, o papa Sisto V encontra Frei Félix e pede-lhe um pão. O esmoler procura no alforge, a fim de escolher o melhor. "Não escolhas, Frei Félix, dá-me aquele que pegar primeiro". E saiu um pão duro e negro. "Santo Padre, não foi de propósito; tenha paciência e lembra-te que ainda és frade". Sisto V, querendo abreviar os tempos da canonização de Frei Félix, se dizia pronto a confirmar o processo com juramento.

Das coisas maravilhosas atribuídas a Frei Félix ainda vivo, testemunhará quase só gente estranha à Ordem: os frades, ou as ignoravam ou não julgavam oportuno recontá-las.  De fato, depois de ter passado os primeiros quatro anos da sua vida religiosa nos conventos de Antícoli, Monte São João, Tívoli e Palanzana (Viterbo), passou o resto de seus dias em Roma (1547/1587) onde, diariamente, mendigou antes o pão (até 1572) e depois, até à morte, vinho e óleo para os seus frades. Os Capuchinhos que viveram dia a dia com ele, o tinham como um bom religioso como tantos outros, e por isso ficaram apavorados quando viram a interminável procissão de gente que acorria para venerar o seu cadáver e que juntamente com o para Sisto V proclamava os seus milagres e a sua santidade.

Frei Félix levou à perfeição aquilo que as constituições prescreviam, não servilmente mas na liberdade do seu carisma, vivendo no convento principal da ordem, em Roma, sede do vigário Geral. Muitos frades ilustres o conheceram especialmente por ocasião dos capítulos gerais.

O povo de Roma o tinha em alta estima e venerava-o com o mesmo carinho com que venerava outro grande santo daquela época, São Felipe Néri. Entre os dois surgiram competições de humildade: um, em público, bebia da garrafa do fradinho; outro levava pela cidade o barrete do Padre. Cada um queria ajoelhar-se diante do outro mas nenhum deles cedia. Acabavam por se abraçar e, levantando-se, separavam-se em silêncio. Era tão forte e sublime aquela amizade que, para se identificarem com Cristo, se auguravam as penas mais atrozes. Um dizia: "que eu te possa ver queimado vivo"; outro dizia: "que eu te possa ver retalhado em quatro". E assim por diante.


Seria necessário conhecer melhor o influxo (não oficial, mas carismático e real) por ele exercido na vida e na história da Ordem Capuchinha, no campo da perfeição religiosa e da santidade. Não falta material para descobrir os canais e as formas de tal influxo. Basta ver a grande difusão das suas imagens, relíquias, culto, fórmulas particulares de oração e, aquilo que mais conta, o empenho de imitá-lo especialmente da parte dos irmãos não clérigos Capuchinhos, alguns dos quais estão numerados nas listas dos beatos e santos. É certo que, entre os Capuchinhos, Frei Félix de Cantalício foi o Santo mais amado e seguido como modelo: em 1650, entre os 11.000 Capuchinhos da Itália, 277 se chamavam Félix e, até 1966, o necrológio da Província de Roma registra 217 frades que tinham o mesmo nome, Félix.

Entretanto, os 72 anos já lhe pesam. Ansiava ardentemente a paz do céu. Neste sentido fizera saber aos frades de que a sua partida não tardaria muito. Há oito anos que sofria horrivelmente dos intestinos, cujas dores se agravaram em 1587. Eis a conclusão de uma inocentíssima vida. Eram 11 horas da noite, do segundo dia de Pentecostes, 18 de maio de 1587. Toda cidade de Roma compareceu aos funerais. Os milagres multiplicaram-se sobre o seu sepulcro.

(Frei Eurípedes Otoni da Silva - OFMCap.)

Oração:

Ò Deus, que destes à família seráfica e à Igreja São Félix, exemplo de simplicidade evangélica e de inocência de vida, concedei que, seguindo os seus passos, cuidamos de amar somente a Cristo e de segui-lo com alegria. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, Nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.



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